Numa carta enviada a 20 de Setembro, o arcebispo Timothy Dolan de Nova York revela-se muito preocupado desde o governo anunciou em fevereiro passado que deixaria de defender em tribunal a lei federal que proíbe o reconhecimento dos casamentos civis entre pessoas do mesmo sexo.
A carta foi escrita oficialmente por Timothy Dolan na qualidade de líder da Conferência dos Bispos Católicos dos EUA.
Segundo o bispo a defesa da igualdade do casamento comparando-a com a discriminação racial é "particularmente perturbadora, errada e injusta". Embora defenda que "rejeita o ódio ou tratamento injusto de qualquer pessoa", alega que deve ser proibido o reconhecimento legal dos casamentos de gays e lésbicas pois estes casamentos não "trazem um bem maior à sociedade do casamento entre um homem e uma mulher" justificando que esta medida "não nega a preocupação com o bem estar de todas as pessoas, antes pelo contrário reforça-a".
"O fracasso do governo de mudar de curso sobre esta matéria ... irá precipitar um conflito nacional entre a igreja e o estado de enormes proporções com prejuízos para ambas as instituições", advertiu Dolan.
Dolan acusa a administração Obama de "uma campanha contra a instituição do casamento, e a liberdade religiosa". No anexo sobre as consequências de uma possível revogação da proibição federal com base na sua inconstitucionalidade, a Conferência de Bispos Católicos sustenta que tal medida iria ter efeito em cascata nas leis estaduais que proíbem atualmente o casamento entre gays e lésbicas.
A carta usa termos particularmente agressivos contra a política do governo nesta matéria, numa altura em que as sondagens apresentam a população dos EUA em geral, e os católicos moderados em particular, cada vez mais receptivos à igualdade de direitos para casais de gays e lésbicas.