Se a moção for confirmada em Julho próximo pelo Conselho Económico e Social da ONU, a organização de defesa da liberdade de imprensa ficará privada do direito de participar, oralmente ou por escrito, nas reuniões da Comissão dos Direitos do Homem que terão lugar em Genebra. Mas os RSF consideram, num documento disponível no "site" da organização, que esta decisão não deve ser levada demasiado a sério, tendo em conta que os nove países que a aprovaram - China, Costa do Marfim, Cuba, Irão, Paquistão, Rússia, Sudão, Turquia e Zimbabwe - cometem todos abusos no que respeita aos mais básicos direitos humanos. E o país que propôs a suspensão da RSF, Cuba, faz parte da comissão dos direitos humanos da ONU mas não ratificou as principais convenções internacionais nesse campo. Tudo isto "daria para rir", comentou a organização, se não fosse uma demonstração de decadência do sistema das Nações Unidas, que coloca alguns dos maiores violadores dos direitos humanos a "dar lições àqueles que denunciam as suas acções e defendem as suas vítimas". "Ser denunciado por estes países é motivo de orgulho, disse à AFP o secretário geral dos RSF, Robert Ménard. A votação do comité para as organizações não governamentais segue-se a uma queixa de Cuba sobre a atitude dos RSF na comissão dos direitos humanos decorrida em Março em Genebra - quando a organização distribuiu panfletos denunciando atentados aos direitos do homem na Líbia. Votaram contra a suspensão dos RSF a Alemanha, o Chile, Estados Unidos, França, Peru e Roménia, enquanto os Camarões, Colômbia, Índia e Senegal se abstiveram.
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