O mais antigo clérigo católico da Grã-Bretanha, arcebispo de St. Andrews e Edimburgo desde 1985 renunciou ao cargo debaixo de acusações feitas por dois clérigos e um ex-seminarista, de que terá tido sobre eles avanços inadequados.
O ex-seminarista que estava a caminho de ser ordenado padre deixou a igreja e hoje é casado e pai. Na altura da sua desistência alegou que teria deixado a igreja para se casar mas, agora defende que essa não foi de todo a razão do abandono, o então seminarista deixou a igreja por temer pela sua integridade. Os casos deram-se sobre o pretexto das orações da noite, e após estas OBrien terá tido atitudes de investida sobre os seminaristas.
Arcebispo de St. Adrews e Edimburgo desde 1985, Keith OBrien sempre se apresentou como um adversário ferrenho do movimento LGBT, e de questões como o casamento entre pessoas do mesmo sexo e adoção de crianças por estes, tendo mesmo recebido o prémio de fanático do ano pela associação LGBT Britânica Stonewall.
OBrien pediu ao partido nacional Escocês para abandonar os planos de dar aos casais do mesmo sexo iguais direitos sobre adoção e apontou tais planos como um equívoco alegando que gays e lésbicas são conhecidos por terem relacionamentos instáveis. Acrescentou ainda que se tratava de uma loucura a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e por isso exortou a população a insurgir-se contra a proposta. OBrien disse em 2012 que o casamento entre pessoas do mesmo sexo era uma subversão grotesca de um direito universalmente aceite pela humanidade.
Agora perante as acusações de que OBrien é alvo, Colin MacFarlene director da Stonewall na Escócia disse esperamos que o sucessor de OBrien mostre um pouco mais de caridade cristã para com as pessoas homossexuais, acrescentando que confia que haverá agora uma investigação sobre as graves acusações que caem sobre o cardeal.
Acredita-se que a renúncia de OBrien terá sido devido à insistência do Papa Bento XVI num dos seus últimos atos como Papa. Em comunicado OBrien decalrou que não estará presente no conclave para a eleição do novo Papa porque, segundo ele, não quer perturbar um momento tão importante e delicado para a igreja atraindo para si as atenções dos media.
Ratzinger irá resignar ao cargo hoje ao final do dia, tendo anunciado a sua intenção em 10 de Fevereiro.