Nesta primeira parte uma referência à primeira de duas exibições da secção “In My Shorts”, composta por curtas metragens apresentadas por alunos da escolas de cinema europeias, e pelo que vi hoje nos seis filmes apresentados, bem mais interessante que a secção de Curtas, a que ontem me referi em jeito de balanço. Permito-me distinguir entre elas a curta de animação vinda da Dinamarca – “Tom Has a Plant”, deveras interessante.
No final da tarde vi mais um filme candidato ao prémio da melhor longa metragem, mais um filme da forte selecção de filmes brasileiros neste festival.
Trata-se de “Sócrates”, um filme realizado por Alexandre Moratto, um drama passado na cidade portuária de Santos e que nos fala de orfandade.
Orfandade não só real, pois o protagonista, Sócrates, de 15 anos perde a sua mãe e vê-se sozinho perante um mundo hostil, que lhe vai fechando todas as portas. Tudo tenta, desde qualquer trabalho, ao apoio de um rapaz com quem descobre a sua sexualidade, o pai que é preconceituoso com ele, a prostituição, mas tudo e todos falham…
Sentindo-se só, absolutamente só, leva consigo as cinzas da mãe e lança-se ao oceano. Mas num último momento, retrocede, espalha as cinzas na praia e vai continuar a procurar…
É neste aspecto um filme incompleto, não resolvido e nem sequer nos mostra algum sinal de esperança – um filme bom, mas muito triste, com uma interpretação muito boa de Christian Malheiros.
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