Embora não concorde com o casamento porque o "entende como união", o ainda Bispo das Forças Armadas e de Segurança é demolidor em relação aos argumentos do Presidente da República, classificando a justificação da promulgação de "inadequada, inconveniente, injustificada e incoerente". Esclarecendo que "a sério que não vejo como é que uma situação crítica do ponto de vista económico-financeiro pode ser agravada com a legalização de um homem casar com um homem ou de uma mulher com uma mulher."
Mas também explica que não concorda com o casamento entre pessoas do mesmo sexo mas aceita que duas pessoas do mesmo sexo vivam juntas. E que tal situação não o choca de todo e que a única atitude que ele tem de ter nessa situação é de "respeitabilidade".
Na entrevista a situação dos gays católicos também é abordada por D. Januário Torgal Ferreira indicando que "São pessoas que põem problemas". E descreve o seu encontro com uma pessoa homossexual: "Uma pessoa que sofria loucamente, porque não era entendida, porque tinha uma orientação sexual que não é aceite socialmente. Alguém que se sentia só, escorraçado. Alguém que se escondia."
Embora com esta visão algo dramática, o Bispo é muito pragmático: não faz sentido falar de aceitar homossexualidade e não aceitar a sua prática. "Com certeza que um casal homossexual não é um teórico, não é? E os afectos traduzem-se por essa prática, por essa fusão psíquico-afectiva da unidade misteriosa que é o ser humano" conclui.
E vai mais longe: a Igreja tem de "entender" esta situação mas não a deve "sacralizar" com o matrimónio.