Rosa Parks nasceu a 4 de Fevereiro de 1913 em Tuskegee. A cidade era então famosa pela sua universidade para negros, fundada por Booker T. Washington no século XIX, mas tal como no resto do Alabama a segregação racial era a regra. A jovem Rosa cresceu numa quinta e mais tarde começou a trabalhar como costureira. Era essa a sua profissão quando a 1 de Dezembro de 1955 se recusou a dar o seu lugar num autocarro de Montgomery a um branco. Já inscrita como militante na NAACP, a principal associação de afro-americanos, Parks recusou acatar as indicações para se levantar e acabou por ser presa, acusada de desrespeito pela ordem pública. Nesse mesmo dia, cinco dezenas de líderes negros americanos reuniram-se para decidirem como reagir à prisão da activista. Entre eles estava o reverendo Martin Luther King, da Georgia, que se iria destacar como o principal líder do movimento pelos direitos cívicos, uma vasta campanha de pressão popular e política que nos anos 50 e 60 conseguiria fazer revogar as leis segregacionistas.
A resposta dos líderes negros foi um boicote aos autocarros de Montgomery por parte da numerosa população negra. Ao mesmo tempo, contando com a simpatia de alguns políticos a nível nacional, incluindo o Presidente Dwight Eisenhower, a pressão para abolir as leis segregacionistas aumentou de tal forma que em 1956 o Supremo Tribunal declarou inconstitucional a discriminação racial nos autocarros. Foi a primeira vitória de Parks e dos afro-americanos.
A costureira do Alabama instalou-se nos anos 60 no Michigan, onde trabalhou duas décadas como conselheira de um congressista democrata. Vivia já em Detroit quando, sob a Presidência de Lyndon Johnson, em 1964, a Civil Rights Act pôs formalmente fim a todas as leis discriminatórias que tinham surgido no Deep South após a abolição da escravatura no século XIX.
De saúde há muito frágil, Parks morreu em casa. Há dez anos, sofreu um violento assalto, obra de um afro-americano. Há dúvidas sobre se este a reconheceu como a sendo a heroína de Montgomery.