A condenação do jovem nigeriano foi decidida na passada terça-feira, mas apenas foi tornada pública ontem, pouco depois de ser conhecida a absolvição de Lawal. Bala Ahmed, porta voz do estado de Bauchi, citado pela AFP, declarou que a sentença foi proferida depois de o prórpio Babaji confessar que maltratou sexualmente três rapazes, no ano passado, violando assim os princípios da Sharia, lei que vigora no estado de Bauchi. Apesar de a lei islâmica já ter condenado, na Nigéria, seis pessoas à pena de morte por lapidação, não houve ainda nenhum caso em que a pena fosse de facto aplicada. A Sharia, que vigora em vários países muçulmanos, para além de controversa mundialmente, também criou um clima de violência religiosa na Nigéria entre as comunidades muçulmana e cristã do país. Os Emirados Árabes Unidos são outro país que já condenou à morte por lapidação, também à luz da Sharia, mas a última condenada, uma mulher acusada de adultério, viu a sua pena ser substituída por um ano de prisão. Já no Afeganistão, ainda sob o regime talibã, uma mulher chegou a ser efectivamente lapidada também por ter cometido um crime de índole sexual, segundo informação da amnistia Internacional. A AI relata ainda que dezenas de pessoas, no Afeganistão, são submetidas a castigos "desumanos, cruéis e degradantes", sempre na sequência de crimes sexuais. Depois da queda dos talibãs no país, a morte por lapidação deixou de existir, mas o adultério continua a ser considerado um crime, punível com pena de prisão. No Irão, apesar de não haver haver informações oficiais de mortes por lapidação, a Amnistia relata, no seu relatório anual publicado em Maio, que "pelo menos duas pessoas foram executadas por apedrejamento", tendo uma dessas execuções chegado mesmo a ser transmitida na televisão. No mesmo relatório, a AI estima em 450 as execuções no Irão, só no ano de 2002. Estes casos continuam a ser acompanhados pela Amnistia Internacional que, segundo Teresa Tavares, "vai continuar a alertar a opinião pública e os governos mundiais para necessidade de terminar com este tipo de punições".
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