Foi uma sensação partilhada com outras pessoas presentes na sala, a ideia de que as coisas que vem da terra do carnaval pareciam ser as que traziam energia à sala e faziam saltar os aplausos. Mas passemos à descrição do que vimos neste quarto dia de festival.
Curtas 2
As curtas-metragens têm por vezes, o seu quê de experimental, para além de ser uma tarefa algo árdua para o realizador conseguir passar uma mensagem, apresentar uma ideia e ou contar uma história, por isso umas vezes conseguem outras nem por isso. Assim assistir aos conjuntos de curtas pode por vezes trazer surpresas menos agradáveis, ou com as quais ficamos menos satisfeitos.
Assim manteremos o mesmo espírito positivo e por isso destacamos as duas produções brasileiras são elas “A Caroneira” de Otávio Chamorro e Tiago Vaz, e “Quem tem medo de Cris Negão?” de René Guerra.
A Caroneira
Uma ficção que nos fala de uma mulher traída que matou o marido e depois foi atrás da amante. Uma comédia com 19 minutos onde a peripécias de Ma Negra Mamuda fizeram as delicias dos espectadores, e foram por isso os primeiros a arrancar entusiasmados aplausos.
Quem tem medo de Cris Negão?
Este foi um breve documentário com 25 minutos sobre uma figura da noite de São Paulo. Um travesti “cafetina” que de forma violenta controlava as outras travesti, extorquindo-lhes o que elas ganhavam. Cris Negão morreu com dois tiros na cabeça, ao seu funeral foram apenas duas pessoas. A forma como o realizador conseguiu os testemunhos foram extraordinariamente teatrais e por isso carregados de algum drama mas também de animação, Cris Negão não era de todo alguém querido.
Floating Skyscrapers
A noite ficou completa para o PG com esta Longa-metragem. Parece que Ang Lee despertou as histórias contadas de diversas formas depois de Brokeback Mountain. Tivemos primeiro Free Fall no passado sábado, e hoje uma nova versão desta vez falado em polaco. O realizador Tomasz Wasilewskim apresenta-nos uma história vivida entre um nadador e um outro jovem, tendo no meio a sua namorada e uma personagem que nunca se entende se é a mãe do nadador ou uma amiga daquelas que desempenham o papel de mãe.
Kuba o nadador apaixona-se e assume o seu amor por Michal, mas a namorada engravida a pseudo-mãe diz a Kuba que ele tem de assumir a criança e deixar Michal, este é violentamente espancado até à morte numa garagem por um grupo de jovens homofóbicos.
Nas três histórias o casal homossexual acaba sempre por perder, esperávamos um final mais favorável pelo menos quando estas produções são apresentadas num festival Queer...
Vamos ver o que nos reserva o dia de hoje.