Este ano não fugiu à regra e, para além dos milhões de pessoas que invadiram as ruas, juntou ainda uma valente pitada de polémica, uma vez que pelo menos três escolas que participaram no habitual desfile resolveram fazer referências, nos respectivos carros alegóricos, a temas como a sida, o sexo e o uso dos preservativos. Quem não gostou foi a Igreja, que fazendo um pedido às autoridades judiciais, conseguiu com que uma das viaturas desfilasse com os seus motivos alegóricos cobertos. As hostilidades entre foliões e Igreja começaram com o quinto conjunto a desfilar, a Escola Grande Rio. Sob o tema "Coloca o preservativo meu amor", os elementos desta escola chocaram de imediato os mais puritanos, uma vez que o seu carro transportava uma enorme esfera metálica, simbolizando o vírus da sida, de onde depois saía um homem, serpenteando, como se fosse a própria doença em andamento. Mais tarde deveria surgir um outro carro onde Adão e Eva faziam amor, só que, por essa altura, já as autoridades eclesiásticas haviam protestado e a viatura surgiu perante o público coberta com um pano. Vingaram-se os representantes da escola, que fizeram sair um terceiro carro, alusivo a diversas posições do Kama Sutra, totalmente coberto com plásticos negros e com uma tarja branca onde se lia "censurado". Nas bancadas o povo, divertido, acenava com milhares de preservativos distribuídos pelas autoridades sanitárias locais. [...]
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