Esta batalha culmina com a decisão do Supremo Tribunal que reconhece a adoção deste casal de Alysson que tem hoje 14 anos que terá sido o foco de toda a luta.
A decisão do Supremo é um passo importante na questão da adoção no Brasil e sê-lo-á com certeza no resto do mundo anglo-saxónico e não só e, precisamente quando a Câmara dos Deputados se prepara para aprovar um conservador Estatuto da Família.
Dez anos que o casal classifica como sendo uma novela “anglo-mexicana”. Pensaram adotar em 2000 e cinco anos depois entraram com a papelada para adotar, à data o Juiz do Paraná tendo autorizado impôs que essa adoção fosse uma menina e de 12 anos. O casal recorreu as instâncias jurídicas que lhe permitiu adotar uma menina ou um menino. Perante esta decisão o Ministério Público opôs-se, tiveram mesmo a declaração de uma procuradora que lhes diz “vocês não são família”.
“A Constituição Federal não distingue entre uma família heteroafetiva e homoafetiva”, por isso o casal não reconhece em nenhuma ginástica mental capacidade de recuar no sentido de que Toni e David são uma família com os seus três filhos.
Toni e David tem hoje Jéssica de 11 anos, Filipe com 9 e Alysson com 14, que receberam a notícia sobre a decisão do Supremo dois dias antes de celebrarem as bodas de prata, seja 25 anos de amor.
Toni diz que não haverá quem consiga abalar a celebração da sua família, que já sabem que os seus três filhos vão cantar para eles “We are family” e termina dizendo “Acabou nosso calvário com muitas paragens e reflexões. Mais casais gays, lésbicas, podem entender que onde houver amor, compreensão e respeito, crianças podem ser adotadas”.