O problema colocou-se em 2005 quando foi a referendo popular a possibilidade de os casamentos entre pessoas do mesmo sexo poderem ou não, eventualmente, serem válidos no estado do Texas.
A pergunta feita aos votantes tinha duas partes, a primeira era clara no objectivo: "Marriage in this state shall consist only of the union of one man and one woman", o que traduzido de forma livre dá algo como "O casamento neste estado será constituído apenas e só pela união de um homem e uma mulher".
O problema foi que alguns acharam que isto era pouco e decidiram acrescentar uma medida de segurança extra: "This state or a political subdivision of this state may not create or recognize any legal status identical or similar to marriage", ou seja: "Este estado e qualquer sub-divisão política [e.g. câmara municipal] não pode criar ou reconhecer qualquer estatuto legal igual ou similar ao casamento".
E é aqui que a ventoinha legal começou a distribuir matéria fecal pelas paredes.
Segundo diversas posições legais no estado esta segunda frase veio amendar a constituição do estado do Texas de forma a proibir o casamento civil, todos os casamentos civis. E a maioria dos votantes votou a favor desta alteração, 76% deles para ser mais exacto.
Com as eleições para Procurador Geral do estado em 2010 a questão promete aquecer os debates.
Aparentemente os legisladores de outras medidas similares em outros estados dos EUA tiveram mais cuidado com a escolha das palavras e não acabaram com o casamento, apenas com o reconhecimento legal das famílias gays e lésbicas.
Algumas curiosidades dos votos populares sobre casamento: só em 2000 é que os casamentos interaciais passaram a ser constitucionalmente reconhecidos no Alabama com 60% de apoiantes, em 1998 o Utah reconheceu constitucionalmente o direito da esposa a ter propriedades com 70% de apoiantes.
No Arizona uma proposta similar à do Texas foi recusada por 52% dos votantes em 2006.