No final da votação, o líder parlamentar do CDS-PP, Nuno Melo, justificou o voto contra da sua bancada com a recusa do PS em aceitar alterar a pergunta que será colocada no referendo.
"Tivesse o PS aceite a proposta de alteração e o CDS não se teria oposto. O CDS não tem medo da decisão dos portugueses", sublinhou Nuno Melo.
O CDS-PP pretendia que a pergunta do referendo incidisse sobre a despenalização da IVG até às 16 semanas, e não apenas até às dez semanas, alegando que o projecto de lei socialista que acompanha este diploma prevê a possibilidade de uma mulher abortar até aos quatro meses de gravidez por questões de "natureza económica".
A questão proposta pelo PS para um novo referendo é a seguinte: "Concorda que deixe de constituir crime o aborto realizado nas primeiras dez semanas de gravidez, com o consentimento da mulher, em estabelecimento legal de saúde?".