Durante uma semana, os prelados americanos discutiram formas de relançar a imagem da Igreja, abalada na América nos últimos anos por uma série de revelações de escândalos de abuso sexual. Nos primeiros dias da reunião (os dois últimos foram à porta fechada), os bispos anunciaram uma série de propostas ambiciosas. A mais inesperada foi uma "iniciativa para o casamento". Os bispos assistem com preocupação à tendência das últimas décadas de redução no número de casamentos e aumento das taxas de divórcio. Os católicos que se casam pela igreja nos EUA são hoje em dia menos 40 por cento do que em 1974. Estima-se que 67 milhões de americanos sejam católicos (mais de 20 por cento da população). Para a CBC, é preocupante que os americanos prefiram relações de "coabitação" ou "união de facto" ao matrimónio. A CBC também aprovou novos métodos para lidar com as investigações a abusos sexuais de crianças por padres. Foi aprovada uma extensão do prazo de recolha de estatísticas sobre casos de abusos. Ao mesmo tempo, os bispos decidiram substituir comissões independentes por questionários às dioceses - em vez de auditorias externas, passará a haver um sistema de "autocontrolo" a cargo de cada diocese. As associações de vítimas de abusos sexuais por clérigos católicos protestaram contra esta medida, considerando que a igreja americana está a tentar "varrer para baixo do tapete" o problema. E o problema é grave, não só em termos de imagem: três dioceses americanas tiveram de declarar falência, assoberbadas por indemnizações a pagar a vítimas de abusos. A CBC elegeu ainda um novo líder, o bispo de Spokane (estado de Washington, Noroeste) William Skylstad. Ao contrário do habitual, a eleição foi muito disputada; Skylstad, de 70 anos, é considerado um moderado, com preocupações sobretudo de caridade social. A facção mais conservadora da CBC preferia a eleição de um bispo mais jovem e mais empenhado na luta pela posição católica em questões altamente fracturantes como o aborto e o casamento "gay".
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