A questão havia sido levantada por um grupo de católicos conservadores nos EUA, que citavam a posição de Kerry sobre o aborto como uma "flagrante violação da lei canónica". O candidato democrata à presidência dos EUA (que é católico) não aprova o aborto, mas defende o direito das mulheres a abortar. O grupo De Fide denunciou a "heresia" de Kerry como merecedora de excomunhão; o líder do grupo, Marc Balestrieri apresentou uma carta de um representante do Vaticano sobre o tema. Na carta, Augustine DiNoia, um responsável do Vaticano por questões doutrinárias, falava em "excomunhão automática" para um católico que "pública e obstinadamente defenda o direito ao aborto". O próprio DiNoia, contudo, distanciou-se da carta; a missiva fora enviada a um outro padre americano, e DiNoia não gostou que ela fosse utilizada para fins políticos por Balestrieri. Além disso, disse o mesmo cónego, a carta era "privada" e "não representa" a posição do Vaticano. A Igreja clarificou ontem essa posição através do Catholic News Service (CNS). Um porta-voz Vaticano, que o CNS não identifica, disse que o democrata não corre risco de excomunhão pela sua posição sobre o aborto. Essa pena está reservada a "quem administre ou faça um aborto". O mesmo responsável acrescentou que Kerry "não é um herético".
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