Obviamente que gays e lésbicas há muito que servem os EUA alistando-se nas forças armadas, a questão é que até hoje ao fazê-lo tinham de esconder a sua orientação sexual. Foram vários os casos de homens e mulheres expulsos das fileiras exclusivamente com base no facto de serem gays e lésbicas. Muitos deles tinham folhas de serviço exemplares e, como tal, considerados importantes para as actividades militares do país. O seu único crime foi serem homossexuais e, de alguma forma, tal situação ter sido tornada pública. A questão de ser público ou não é relativo: alguns foram expulsos porque se soube que tinham um relacionamento com alguém do mesmo sexo, outros porque tinham um perfil num site de encontros homossexuais, ou até porque tinham participado em marchas do orgulho LGBT.
O dia de hoje surge depois de meses de formação de todos os níveis da hierarquia militar sobre a nova política. Foi há 18 anos que o Presidente Bill Clinton assinou a infame Don't Ask, Don't Tell, e quase 15'000 militares foram expulsos com base nessa medida. Agora foi a vez do Presidente Barack Obama acabar com a lei que, nas suas palavras, obrigava os militares gays e lésbicas "a mentirem sobre quem eram".
Numa nação que tem tido presença activa em várias guerras nos últimos anos a medida é vista como um passo importante na igualdade de gays e lésbicas, especialmente tendo em conta que a principal justificação para a proibição era que as pessoas não homossexuais "iriam colocar em risco a missão dos militares".
Agora é altura de muitos voltarem para as fileiras, e de outros pedirem os seus justos direitos em termos de reforma. No entanto muitos também têm consciência que mesmo com todas as medidas formais por parte da hierarquia ser gay ou lésbica poderá ser um facto mal aceite pelos colegas de fileiras, mas deixará de ser uma desculpa para expulsar pessoas competentes da carreira que escolheram.