As reacções surgem depois de, na terça-feira, o porta-voz da Conferência Episcopal espanhola ter surpreendido tudo e todos, ao declarar que "o preservativo tem o seu lugar no contexto da prevenção integral e global da sida" e manifestar a vontade da instituição em "colaborar" com o Governo socialista espanhol na luta contra este problema "grave". "Foi a primeira vez que um representante da igreja espanhola se manifestou de uma forma tão clara a favor do uso do preservativo", comentava o "El Pais" na sua edição de ontem. Juan Camino, que ainda há dois meses classificava como "falsa" a afirmação de que o preservativo evita a transmissão da sida, explicou que a posição da conferência episcopal está apoiada na chamada estratégia ABC, que se baseia em estudos científicos que defendem a abstinência, a fidelidade ("be faithful" em inglês) e o uso de preservativos ("condoms"). A estratégia foi publicada em Novembro pela revista médica "The Lancet". Entretanto, fontes oficiais do Vaticano limitaram-se a afirmar que não está previsto qualquer tipo de comentário sobre esta matéria.
Há cerca de um mês, João Paulo II ofereceu 100 mil euros à "Bom Samaritano", uma fundação do Vaticano criada para assistir as vítimas da sida em todo o mundo.