Usado 15 minutos antes da exposição ao vírus da sida dos símios - o SIV, na sigla inglesa -, o medicamento, de aplicação tópica ou local, protegeu os macacos da infecção. Os resultados, publicados na última edição da revista "Science", podem ajudar a perceber melhor os mecanismos de transmissão por via sexual da sida, dizem os investigadores. A equipa da Universidade de Genebra, na Suiça, e da Universidade de Case Western Reserve, em Cleveland, Ohio, nos EUA, diz que o medicamento ainda está em fase experimental. Trata-se de uma proteína sintética, a que chamaram PSC-RANTES, e que inibe o SIV, no caso de fêmeas de "Macacus rhesus", entre os cinco e os 12 anos, de se colar a um tipo de receptores celulares na superfície dos linfócitos, os CCR5, que desempenham um papel primordial na entrada do vírus naquelas células do sistema imunitário e na sua consequente infecção. Apesar de se saber que existem outros receptores celulares responsáveis pela entrada do vírus na célula, este medicamento, inibidor do contacto com o receptor CCR5, também pode actuar como inibidor de outros receptores e assim evitar a transmissão do HIV entre humanos, por via sexual, de acordo com os resultados verificados em símios. A maioria das infecções por HIV ocorre por contacto com as superfícies mucosas, principalmente por via vaginal e rectal. A equipa diz que a prevenção tem de passar por substâncias de uso fácil, que inibam a transmissão através do contacto com as mucosas: "Há uma necessidade urgente de encontrar uma estratégia de prevenção tópica que as mulheres possam controlar. Isto é muito importante em lugares onde os homens não usam regularmente o preservativo", acrescentou a equipa.
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