A marcha, devidamente autorizada pelas autoridades, começou ontem ao final da tarde com palavras de ordem como "De meus impostos, ao Papa nada", "Menos viagenzitas e mais comida para os negritos", "Deus sim, Igreja não", "Menos religião e mais educação".

Tudo correu pacificamente até que os manifestantes chegaram à Puerta del Sol, seguindo o percurso previsto e previamente anunciado, onde os esperavam um numeroso grupo de participantes nas jornadas. Os ânimos azedaram com as mensagens verbais a subirem de tom. De um lado os participantes nas jornadas gritavam "Esta é a juventude do Papa", do outro ouvia-se "Essa mochila quem a pagou fui eu".

Nesse momento a polícia interviu e esvaziou a praça recorrendo a violência física contra os manifestantes. Seis pessoas foram detidas e resultaram feridos quer entre civis quer entre as forças policiais. No twitter muitos queixavam-se da atitude da polícia e a hastag masi comum era #emboscadasol reflectindo o sentimento de muitos de que, sendo o percurso previamente conhecido, a marcha teria sido vítima de uma "emboscada" na Puerta do Sol.

A manifestação teve o apoio de mais de uma centena de organizações e, segundo a organização, não é uma acção contra o Papa, mas sim contra a visão de alguns de que em Espanha todos seriam Católicos. Já está marcada nova manifestação para hoje pelas 20:00 com início na Puerta del Sol em direcção a Atocha.

Ameaça de ataque terrorista químico

Entretanto no início da semana foi detido um estudante de Química Orgância de 24 anos que teria como objectivo realizar um atentando contra os opositores da visita Papal. O homem de nacionalidade Mexicana era participante activo de fóruns ultra-conservadores na Internet e um seguidor acérrimo do cristianismo. Não se poupava nas palavras aos opositores ao Papa e pretendia fabricar gas sarín com o qual pretendia matar 200 a 400 pessoas de cada vez. Também tinha reunido conhecimentos para produzir dispositivos explosivos e reunia apoiantes na Internet.

José Pérez Bautista era voluntário na JMJ.

Kiss-in cancelado pela polícia

Entretanto o kiss-in de protesto pelas políticas do Vaticano sobre gays e lésbicas não aconteceu hoje. A polícia dispersou a cerca de uma centena de pessoas que se tinha organizado para o efeito e apenas um número reduzido de casais conseguiu dar o beijo à passagem do papamóvel por volta do meio-dia.