Em causa estão os atrasos do Instituto das Artes (IA) no pagamento da primeira tranche do financiamento dos projectos transdisciplinares e pluridisciplinares da região Norte: ao contrário das Boas Raparigas, o Teatro Plástico não concorreu ao programa para a área do teatro e não se encontra, portanto, pendente dos resultados da providência cautelar em apreciação pelo Tribunal Administrativo do Porto que suspendeu os efeitos do concurso relativo àquela área. No caso dos transdisciplinares, e segundo a Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), o concurso está a andar e os contratos das estruturas subsidiadas - à excepção do que diz respeito ao Plástico - já estão prontos. A DRCN garante que o processo da companhia só está bloqueado porque esta ainda não procedeu ao envio de novo orçamento rectificativo e respectiva programação. Uma falha que a companhia atribui ao próprio IA, uma vez que foi o próprio instituto a informar que, devido à providência cautelar, o processo estava bloqueado para toda a região Norte, e não apenas na área específica do teatro.
Contactado pelo PÚBLICO, Francisco Alves, do Teatro Plástico, garantiu que a companhia procedeu ontem mesmo ao envio da documentação em falta para a conclusão do processo. Mas lembrou, em carta enviada ao presidente do IA, que a questão de fundo se mantém, uma vez que os resultados do concurso só foram homologados em Março e que "praticamente um ano após a apresentação da candidatura a concurso, estando já no quinto mês do primeiro ano de actividade que este visa financiar e quando na região de Lisboa os protocolos estão em fase de execução, no Norte o processo continua atrasado".
Além do adiamento para Dezembro da estreia de Na Solidão dos Campos de Algodão, o Teatro Plástico viu-se ainda forçado a substituir por uma reposição a remontagem da sua peça de estreia, O Frigorífico, gesto com que a companhia assinalaria os seus dez anos de actividade.