Ontem, o "Times" de Londres noticiava que a decisão deverá ir no sentido de todos os líderes anglicanos assinarem um pacto não admitindo a ordenação de bispos declaradamente homossexuais. Um longo e aguardado relatório procura uma solução para a questão da sexualidade, um assunto que mergulhou na discórdia 70 milhões de cristãos anglicanos em todo o mundo e deu origem à maior crise da década, dividindo a comunidade depois de 450 anos de união por consenso. A crise do ano passado surgiu quando anglicanos no Canadá aprovaram casamentos entre o mesmo sexo e, numa comunidade anglicana nos Estados Unidos, Gene Robinson, pai divorciado e homossexual, foi ordenado como bispo. Estas atitudes revoltaram os anglicanos mais conservadores da América do Norte e de outros países, que pedem a Rowan Williams, arcebispo de Cantuária, a punição dos sectores liberais. Por sua vez, estes afirmam estar a agir de acordo com a vontade das comunidades. A decisão será anunciada na Catedral de São Paulo em Londres, pelo líder anglicano irlandês, Robin Eames. Conhecido por ser um "divino optimista" na busca da paz na Irlanda do Norte, espera-se uma crítica aos liberais, mas não uma clara punição. "A única coisa que não teremos na segunda-feira [hoje] é uma rápida decisão" afirma Paul Handley, director do jornal anglicano, "The Church Times". Mas, de acordo com "The Times", de ontem, o pacto será claro, devendo as 38 províncias em que se divide a Comunhão Anglicana assinar este "acordo de unidade", prevenindo a ordenação de bispos homossexuais como Robinson. O relatório deverá ser omisso em relação ao que acontecerá com os episcopalianos (anglicanos dos EUA), que ordenaram Robinson, ou aos canadianos que votaram pelos casamentos de homossexuais.
Pode também ter interesse em: