O aparecimento de novos fármacos, como o "Viagra", que promovem e prolongam a vida sexual activa é, de acordo com o estudo, que será apresentado e discutido no Congresso "Pandemias na Era da Globalização" (que terá lugar em Aveiro, a partir de hoje), uma das causas do aumento da incidência da sida entre os idosos. Mas não será a única.
"Os idosos pertencem a uma faixa etária mal informada acerca dos perigos de contágio, devido à ausência de sensibilização para atitudes defensivas, como o uso do preservativo, pois não têm sido considerados grupo de risco", dizem os autores do estudo.
Outros aspectos, como os hábitos e valores religiosos, a parceira ter atingido a menopausa, a violência doméstica, propícia a encontros sexuais anónimos, o recurso à prostituição e a própria viuvez "também não devem ser ignorados", adverte Meliço-Silvestre, sublinhando que"persiste uma falsa crença, entre os clínicos, de que os idosos não têm uma vida sexual activa e que, como tal, a sida não os afecta".
De acordo com o estudo, o número de casos de sida notificados em idosos com mais de 65 anos , em 2003, foi superior aos casos detectados na década 1983-1993. Pelo que, "torna-se imperioso assumir um enfoque na prevenção e na educação desta faixa etária, para mudar comportamentos de risco", defendem os autores do estudo. (por José C. Maximino)