A resolução, aprovada por unanimidade de 29 votos, destaca a influência da violência física, psíquica e económica, assim como a discriminação religiosa, étnica ou sexual, que pode levar um adolescente a tomar essa decisão.
Segundo o relatório, intitulado «O suicídio de crianças e adolescentes na Europa: um grave problema de saúde pública» debatido pelo Plenário, 15 por cento de adolescentes que fizeram uma tentativa de suicídio são reincidentes e 75 por cento não são hospitalizados.
O texto também manifesta a sua preocupação com a «taxa particularmente mais elevada de suicídio de jovens lésbicas, homossexuais, bissexuais e transsexuais» face à constatada entre os restantes jovens.
A Assembleia incide no perigo que representa uma «má utilização da Internet», onde se encontram espaços que fazem a apologia do suicídio. Para prevenir esta situação, a Câmara convida os 27 Estados membros a converter este assunto numa prioridade política, a prevenir a violência e intimidação escolar, a converter o suicídio numa disciplina de estudo e a combater o abuso de estupefacientes e álcool entre os menores.
Exorta ainda a lutar contra a «prática desumana» dos casamentos forçados e a homofobia, e a alargar o apoio psicológico e social. Segundo o relator do documento, o legislador monegasco Bernard Marquet, este é um «assunto tabu», em que é preciso que «a sociedade saiba escutar e entender».
Marquet afirmou que o suicídio de raparigas costuma estar relacionado com uma violação, abusos sexuais ou a ruptura de uma relação e advertiu os pais «que não querem falar do tema e ocultam as circunstâncias» em que ocorre o suicídio.