É o primeiro dos oito filmes a concurso para a melhor longa metragem a ser apresentado, mas eu desde já arrisco que deve ser difícil algum dos outras sete ser melhor...
Claro que nos últimos anos os júris têm considerado o melhor filme não o que mais agradou ao público, mas sim um outro, segundo parâmetros altamente discutíveis, mas isso é outra história.
"Sauvage" foca-se na vida dos prostitutos de rua da cidade de Estrasburgo, os seus dramas pessoais, os seus vícios, a sua vida difícil. O protagonista, interpretado brilhantemente por Félix Martaud, (que já dera nas vistas em "120 Battements par minute") é Leo, um jovem prostituto de 22 anos que anda também à procura do amor. Esta personagem faz-nos lembrar aquela outra interpretada por River Phoenix em "My Own Private Idaho", o seu abandono, o seu auto sofrimento, a sua quase aceitação da vida que leva.
É um filme muito forte, mostrado sem concessões de qualquer espécie e por isso muito verdadeiro.
Dificilmente será exibido no circuito comercial, pelo menos no nosso país, mas se isso acontecer é absolutamente imperdível.
Antes vi um longo documentário inglês datado de 1986 - "Bright Eyes", de Stuart Marshall, sobre os diversos factores que deturparam a verdade sobre a SIDA, nos primeiros anos da epidemia. Interessante, mas perde-se por demasiado repetitivo, acabando por ser cansativo.
Este documentário insere-se no ciclo dedicado pelo Festival à SIDA - "O vírus-cinema", apresentado na Cinemateca ao longo do Festival.
E vi ainda "Luk' Luk'l", filme canadiano de Wayne Wapeemukwa, filme com muito de experimental (não é exactamente a "minha praia"), que é filmado no bairro mais pobre da rica cidade de Vancouver, no dia de uma das finais dos JO de Inverno, realizados em 2010 naquela cidade.
Foca cinco vidas marginais, contrastando com a opulência da cidade e do acontecimento - um interesse muito relativo, devo confessar.
Nota: esta crítica foi publicada apenas a 18 de Setembro devido a problemas técnicos