As detenções foram feitas nas primeiras horas da manhã de sábado, quando a polícia fez rusgas em locais na capital Yaoundé, que são conhecidas por serem populares entre a comunidade gay.
Os policias entraram à força no Le Mistral, um cabaré, depois de terem tentado convencer os funcionários de eram clientes normais tentando entrar num local privado.
Uma das sete pessoas presas no cabaré - que incluía um dançarino, um empregado e um segurança - disse ao site 76 Crimes:
Informamos que o bar já estava fechado, mas eles forçaram a entrada.
Então eles nos detiveram sem qualquer motivo
O ataque ao bar é similar a um incidente em 2016, quando dezenas de homens foram detidos em Mistral por suspeita de homossexualidade.
Depois do bar a polícia avançou para um cinema frequentemente usado por gays prendendo 18 clientes.
Num total 25 homens foram detidos numa esquadra da polícia. O comandante da polícia, Parfait Nana, disse que duas pessoas foram libertadas porque eram "testemunhas". Ele declarou que:
Os 23 restantes serão interrogados; as conclusões serão alcançadas no final das investigações.
Eu posso desde já garantir que vários tipos de crimes foram identificados, como a falta de cartão nacional de identidade, posse de narcóticos e homossexualismo
O comandante disse que, apesar dos ataques, ele não estava agindo por maldade em relação aos gays, explicando que pessoalmente, não julga ou condena ninguém com base na sua orientação sexual mas explicou que os "Camarões tem leis a cumprir”.
Os relatos indicam que estas 23 pessoas foram interrogadas e torturadas durante dois dias, tendo sido libertadas esta segunda-feira sem acusação formal.
Uma das vítimas explicou:
Apesar das ameaças da polícia, mantivemos a calma. Fomos alvo de violência e depois fomos libertados.
Antes de serem autorizados a sair, familiares dos presos tentaram convencer os policias na esquadra a deixá-los em liberdade, mas a polícia informou-os que os detidos eram homossexuais e, como tal, mereciam ser punidos.