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Quinta-feira, 15 Maio 2003 00:59

PORTUGAL
Jovens portugueses continuam a ignorar o VIH/SIDA



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Segundo o site Educare (

educare.pt">www.educare.pt) os jovens portugueses ainda têm muito que apreender em termos de VIH/SIDA. Por exemplo: sabia que muitos jovens portugueses pensam que a sida é uma doença inventada para modelar comportamentos sexuais? Que outros acreditam que é coisa de homossexuais e toxicodependentes? Que alguns associam a prevenção da doença ao uso da pílula? A informação abunda, mas as crenças sobre a sida entre os jovens são do mais tortuoso que existe. Querer saber mais é uma obrigação de todos. Na sua tese de doutoramento sobre as crenças dos jovens acerca da sida, defendida na Universidade de Salamanca, Orquídea Lopes recolheu uma amostra de 1000 adolescentes, entre os 14 e os 16 anos, constatando que "muitos jovens não acreditam na existência da doença, por não conhecerem (86,9%), realmente, pessoas infectadas". As atitudes relativamente à sida são complexas e, resumidamente, sintetizam-se do seguinte modo: "Os jovens estão informados, têm conhecimentos sobre a doença, mas adoptam atitudes erradas", como confirmou Orquídea Lopes, professora do Ensino Secundário, ao EDUCARE.PT. Algumas dessas atitudes passam por confundir o HIV com a sida, por acreditarem que a pílula é uma das formas de prevenir a doença, por avaliarem o parceiro sexual pelo aspecto físico, para daí concluírem que não há risco de contágio. Em Portugal, há 19 mil casos de seropositivos declarados, colocando o País no topo da lista de infectados da União Europeia. O grupo etário que apresenta maiores índices de casos situa-se entre os 25 e os 30 anos, a maioria dos quais infectados na adolescência. E, no entanto, os adolescentes inquiridos por Orquídea Lopes (numa amostra que percorreu escolas de 15 dos 18 distritos do País) continuam a acreditar que "a sida é uma doença dos outros, que a eles nada lhes acontece, que sabem tudo o que é preciso saber sobre a sida, formas de transmissão e prevenção". Neste imbróglio de crenças incorrectas, informação quanto baste e atitudes erradas, nem a mensagem do preservativo passou. "Muitos jovens dizem que é caro, que têm vergonha de o usar, que não o usam porque, se o fazem, estão a construir uma relação de desconfiança", explica a autora do estudo. Há que esclarecer, a bem da verdade, que estamos a falar de adolescentes que afirmam não terem iniciado ainda a vida sexual (em 63,3% dos casos), o que nos poderia levar a pensar que a inexperiência explica boa parte das contradições. Contudo, se a maioria afirma nunca ter tido relações sexuais, uma percentagem significativa (39%) admite querer ter em breve, sendo que muitos deles poderão levar para a sua iniciação o manancial de crenças incorrectas.

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