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Domingo, 13 Fevereiro 2005 00:59

SIDA
Nova Estirpe de Vírus da Sida Descoberta em Nova Iorque



PortugalGay.pt

Uma estirpe do vírus da sida resistente aos tratamentos e que evoluiu rapidamente para a doença foi diagnosticada em Nova Iorque, EUA. O doente é um homem que terá tido relações sexuais sem protecção com vários parceiros. A notícia, divulgada pelo departamento de saúde e higiene mental da cidade está a espalhar o pânico entre algumas organizações de luta contra a sida, mas também entre investigadores e médicos, que se confrontam com um vírus resistente aos anti-retrovirais até agora utilizados. Apesar do alarme, algumas vozes vêm pedir "prudência". É o caso de Robert Gallo, um dos investigadores que nos anos 80 identificaram o vírus da imunodeficiência humana (VIH) como causa da sida e director do Instituto de Virologia Humana na Universidade de Maryland, Estados Unidos. Em Portugal, o director do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Egas Moniz (Lisboa), Kamal Mansinho, diz que, "em teoria, é possível confrontarmo-nos com um vírus altamente resistente aos tratamentos". As autoridades de saúde norte-americanas ficaram apreensivas com a descoberta, porque é "extremamente raro" alguém que nunca se submeteu a um tratamento resistir e desenvolver a doença em poucos (dois a três) meses. A sida pode levar cerca de dez anos a manifestar-se.


"Eu vivo com HIV desde 1981, mas temia que este dia chegasse. Sabia que viria um tempo em que um resistente ao tratamento anti-retroviral entraria na comunidade", confessa ao "Washington Post" Dennis de Leon, presidente da Comissão Latina sobre a Sida, uma organização não governamental de promoção da saúde.

O medo das autoridades é que esta variante do vírus possa espalhar-se rapidamente. Segundo uma fonte ouvida pelo "New York Times", o homem infectado, na casa dos 40 anos, terá tido centenas de parceiros, todos do mesmo sexo. O departamento de saúde nova-iorquino tem expresso frequentemente a sua preocupação com os comportamentos de risco, em particular o abandono do uso de preservativo. Um dos contributos apontados para essa mudança de comportamento será o uso de cristais de metanfetamina, um estimulante que aumenta o prazer sexual. Normalmente, a droga é injectada no ânus, antes de relações sem protecção. "O rápido aumento do uso de cristais continua a ter um papel significativo na transmissão do VIH", diz Antonio Urbina, director do Centro Médico Católico de São Vicente, em Nova Iorque, à CNN "on-line". "Não só estamos a diagnosticar sífilis e outras doenças sexualmente transmissíveis que eram até agora relativamente raras como temos esta estirpe de VIH que é difícil, se não mesmo impossível, de tratar e que evolui rapidamente para sida", resume Thomas Frieden, comissário do departamento de saúde nova-iorquino, apelando ao sexo mais seguro. [mais informações sobre o VIH e outras Doenças Sexualmente Transmissíveis em www.portugalgay.pt/dst/ ].

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