Newsom deu ordens na terça-feira passada à Procuradoria Geral da cidade para tomar as medidas necessárias para que o município pudesse emitir certidões de casamento para pessoas do mesmo sexo, algo que dependeria da aprovação do governo do estado da Califórnia. O anúncio de grupos conservadores de que anulariam a medida na quarta-feira, determinou o imediato início de emissões de certidões de casamento nesta quinta-feira, 12/2, pela manhã pelo próprio presidente e sua assessora directa Mabel Teng no seu gabinete. O primeiro casal a assinar a documentação é formado pelas lésbicas ativistas Phyllis Lyon, 79, e Del Martin, 83. Elas estão juntas há 51 anos. "Phyllis e eu demonstramos nosso compromisso uma com a outra há mais de meio século. Agora San Francisco mostrou seu compromisso conosco através da igualdade e justiça afirmou Martin. Ao invés de ser concluída com o tradicional "eu os declaro marido e mulher", a cerimónia acabou com "esposas para sempre" e depois o beijo. Outra inovação: no lugar de "noivo" e "noiva", lia-se no pedido de casamento "primeiro interessado" e "segundo interessado". Até o final do dia outros 86 casais do mesmo sexo formalizaram o casamento civil e outras dezenas são esperadas esta sexta-feira, véspera do Dia de São Valentim, quando em, todo mundo, com excepção do Brasil, é comemorado o Dia dos Namorados. O casamento gay de San Francisco deve provocar uma vaga de acções na Justiça, tanto por parte de grupos de famílias, como por políticos e autoridades estatais. "Isto é uma grande parvoíce, porque o Supremo cancelará a medida já que o presidente violou a lei, da mesma maneira que se tivesse decidido dar cartas de condução a imigrantes ilegais", vociferou o reverendo Lou Sheldon, presidente do grupo Traditional Values, que já entrou com uma acção contra o caso. Em Los Angeles dois casais gays tentaram tirar uma licença de casamento, mas viram o seu pedido recusado. O governador Arnold Schwarzenegger ainda não declarou qual será a sua posição sobre o caso.
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