Apenas 19 por cento dos consultados no estudo realizado pelo Instituto Ipsos considera que a Interrupção Voluntária da Gravidez (IGV) deve ser legalizada em qualquer situação.
Dois terços dos militantes do Partido Democrático, na oposição, que participaram na sondagem, consideraram que o aborto devia ser legalizado, enquanto dois terços dos republicanos afirmaram que devia ser proibido.
Relativamente à crença religiosa, dois terços dos evangélicos disseram que o aborto devia ser ilegalizado em todos os casos, assim como 54 por cento dos protestantes, contra metade dos católicos.
A chegada de dois novos juízes conservadores ao Tribunal Supremo faz temer que possa ser anulado o reconhecimento do direito ao aborto, resultante de uma decisão judicial de 1973, no processo «Roe versus Wade».
O facto de o Supremo estar conotado com a direita coincide com várias medidas legislativas nos Estados norte-americanos para proibir ou restringir a IGV.
Em 2005, os Estados aprovaram 52 medidas para restringir o aborto, segundo o centro privado Guttmacher Institute.
Entre os casos mais recentes, conta-se o do Estado do Dakota do Sul que ilegalizou, este mês, o aborto em praticamente todos os casos, decisão que contradiz a sentença «Roe versus Wade» e que podia ser revista pelo Supremo se qualquer indivíduo ou instituição decidisse denunciar a sua legalidade.
Os analistas políticos vaticinam que o aborto se converterá num dos temas centrais nas próximas eleições ao Congresso, em Novembro próximo.
O estudo do Instituto Ipsos questionou 1.001 adultos, entre 28 de Fevereiro e 2 de Março e tem uma margem de erro de três por cento