"Sisseram-me que eu era um heroi, e que sonhavam poder fazer o mesmo nos seus países", comentou Saavedra, que vive com VIH e dirige o programa de prevenção do VIH/SIDA num país em que muitos homens homossexuais vivem em negação.
Mas a mensagem principal de Saavedra na Conferência Internacional VIH/SIDA foi que a homofobia tem de ser ultrapassada para que se possa controlar o VIH/SIDA no mundo. Os números de infecções entre homens gays e bissexuais dispararam em flecha em diversos países do mundo... e no entanto menos de 1 por cento dos fundos mundiais de prevenção são dirigidos para homens que tem sexo com homens de acordo com os últimos dados disponíveis da UNAIDS referentes a 2006.
A situação é agravada pelo facto de em alguns países os próprios governos não aceitarem que a homossexualidade existe ou, pior ainda, que é criminalizada.
Pelo contrário o México respondeu de forma enérgica em relação à situação: abriu clínicas "livres de homofobia", o governo promoveu campanhas que incluem spots de rádio com mães a aceitarem os seus filhos homossexuais e o programa de prevenção nacional reservou 10% dos seus fundos para prevenção dirigida a homens homossexuais e bissexuais.
A nível global a situação é complicada pois, devido à pressão social, muitos homens que tem sexo com homens não se identificam como homossexuais ou bissexuais. Mais de 30% dos homens da América Latina que tiveram sexo com homens indicaram que também tiveram sexo desprotegido com mulheres, segundo a UNAIDS. Muitos são casados.
Saavedra, de 48 anos completa: "todos conhecemos alguém assim... em vez de dizerem que são homossexuais é mais simples para eles justificar os seu comportamento. Dizem que estavam bêbados e excitados sexualmente e teriam sexo com qualquer pessoa." Alguns chegam a agredir transexuais e travestis depois de terem sexo por sentirem vergonha de si próprios.