Suzy Capó, diretora do Festival Mix Brasil, do qual Laura participou algumas vezes, concorda com Isabelita. "A Laura para mim era uma das principais referências de artista da noite. Provavelmente a performance mais underground do Brasil, no sentido mais literal do termo. Ela era a nossa Divine, uma pena que as duas tenham nos deixado tão cedo. Tenho muito orgulho de ter apresentado a Laura várias vezes no Festival Mix Brasil. O documentário "Laura, Laura" inclusive, será apresentado esse ano em alguns Festivais Internacionais."
O cineasta José Cláudio Dias Guimarães, diretor do documentário, acredita que o filme é uma grande homenagem ao personagem ímpar da noite carioca. "A Laura se apresentava no Boemia, local super misturado, com travestis, michês, mas todos convivendo com respeito. Desde essa época ela sempre foi uma pessoa muito honesta e generosa, dando espaço para travestis que já tinham sido jubilados da noite e para os que estavam começando. Ela foi um ícone gay da cidade do Rio de Janeiro, muito ética e com uma coragem de vida muito grande. Ela como Norberto era um senhor distinto, que primava pelo respeito. Apesar de ser um grande ator e ter feitos vários papéis na TV e no cinema, Laura de Vison foi o personagem da vida dele, que está além desse mundinho da noite. Ela gostou muito do filme, porque acredito que consegui mostrar ela própria, com toda sua irreverência e humor. Esse ano o documentário segue para o Festival de Madrid e depois o de Berlim".
Há oito meses, Laura se submeteu a uma intervenção cirúrgica para tratar de problemas de hérnia. Mas complicações em decorrência desse processo culminaram com seu falecimento neste domingo. Laura de Vison foi sepultada no Cemitério de Inhaúma, nesta segunda-feira, 9 de julho, às 14 horas.