Também dirige críticas ao poder político. "Os políticos inclinam-se perante a Igreja, dão-lhe demasiado espaço. Vivemos num Estado laico, mas é o Vaticano que decide as listas do que fazer." Para Mauro, João Paulo II não tratou apenas da salvação das almas, também da condenação dos homens. "Foi um político", pressionou os países a não adoptarem leis que permitissem casamentos gay, mas não tomou posição contra os que punem a homossexualidade com pena de morte (16 estados) e com cadeia (25), exemplifica. A lista de temas sujeitos "à imposição de uma moral única" é extensa e vai da reprodução medicamente assistida, alvo de um referendo em Itália, ao aborto, passando pelo preservativo. É à Igreja iniciada por Lutero que vai buscar a certeza de que "os padres se podem casar, ter uma vida normal e filhos" e de que, dentro da Igreja, as mulheres devem ser iguais aos homens. Ao contrário de muitos gays da cidade, Mauro não foi ao Vaticano e é critica a peregrinação rumo à Praça de São Pedro. "Devia ser um momento íntimo e tornou-se em histeria colectiva. Foram ao Vaticano tirar fotografias, como se estivessem num concerto rock ou em turismo."