Essa é a missão de um novo filme, que retrata o que é para um homem se apaixonar por outro homem - sem qualquer diálogo.

O filme, Sisak, conta em apenas um quarto de hora, a história de dois homens, chamados apenas "A" e "Z", que se apaixonam na famosa rede ferroviária da Índia. A homossexualidade continua a ser criminalizada na Índia, apesar de ter inúmeras celebridades, uma cultura LGBT próspera em algumas cidades e até mesmo um príncipe gay.

Mas ninguém queria patrocinar o filme, temendo más reações pela produção de um filme LGBT na Índia e o realizador Faraz Arif Ansari teve de batalhar muito.

Enfrentei a rejeição de quase todas as produtoras do país. Adoraram o enredo, ficaram entusiasmados com o projecto, mas não tiveram coragem para fazer uma sátira sócio-política sobre a homossexualidade Faraz Arif Ansari

A rejeição levou Ansari a passar muito tempo na rede ferroviária de Mumbai, onde descobriu o mundo do "cruising". Agora, o novo filme conta essa história, na linguagem do amor. Um filme LGBT mudo, o primeiro do seu género na Índia, Sisak explora os efeitos visuais nesta curta metragem que afora foi apresentada. Passado no tumulto que é a rede de comboios locais de Mumbai, geralmente agitada, o filme detalha um romance que se desenvolve lentamente e intrinsecamente, debruçado no silêncio e no conforto tranquilo das viagens de comboio ao fim do dia.

O silêncio durante o filme, segundo Ansari, demonstra como as pessoas LGBT estão e são silenciadas em toda a Índia, já que continuam a ser criminalizadas pelo Estado. "O silêncio é o som mais ensurdecedor", explica. Mas também tem um lado mais artístico na opção: "O silêncio é algo tão menosprezado nas nossas vidas, nos filmes que assistimos e nos filmes que fazemos, o silêncio quase não existe", e acrescenta a conclusão política: "É uma declaração sobre o estado da comunidade LGBT na Índia, existe um estado de imensa necessidade de ser ouvido pela comunidade".

Let's look at the trailer: