No final de um debate que se estendeu por várias horas, a dissolução foi aprovada com 377 a favor da dissolução 54 contra a 20 abstenções.
A Constituição polaca exige uma maioria de dois terços para a aprovação deste tipo de decisões (pelo menos 307 dos 460 deputados da Diete) e estipula a dissolução automática do Senado, mesmo sem a câmara alta se pronunciar sobre o tema.
O Presidente Lech Kaczynski, irmão gémeo do primeiro-ministro, Jaroslaw Kaczynski, tem agora 45 dias para marcar o escrutínio, mas a imprensa polaca admite 21 de Outubro como a data mais provável.
Logo após a votação, o Presidente polaco anunciou a demissão de todos os ministros do Governo, com excepção do primeiro-ministro, uma medida destinada a evitar que a oposição (actualmente em maioria) votasse as moções de censura apresentadas contra cada um dos membros do Executivo. Espera-se agora a nomeação de um executivo de gestão até às legislativas.
A realização de eleições antecipadas tornou-se consensual em Varsóvia depois do fim da coligação entre a extrema-direita e os conservadores do partido Direito e Justiça (PiS), dos irmãos Kaczynski.
Sem maioria no Parlamento, Jaroslaw Kaczynski decidiu enfrentar as urnas a meio do actual mandato, convicto de que conseguirá a reeleição em Outubro, apesar da incerteza das sondagens.
Na oposição, tanto os liberais da Plataforma Cívica até há poucas semanas dados como favoritos como os sociais-democratas (SLD) há muito que exigiam eleições antecipadas, contestando o crescente isolamento internacional da Polónia, fruto das posições nacionalistas assumidas pelos gémeos Kaczynski, em particular no seio da União Europeia.