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Sábado, 8 Agosto 2009 20:29

PORTUGAL
Acção no Porto exige demissão do Presidente do IPS



PortugalGay.pt

Um grupo de cidadãos reuniu-se hoje em frente ao Instituto Português do Sangue, no Porto, para protestarem contra a política de proibição de doação a homens que tenham tido sexo com homens.

PORTUGAL: Acção no Porto exige demissão do Presidente do IPS

O Instituto Português do Sangue impede os homens homossexuais de doarem sangue e o seu Presidente, Gabriel Olim, chegou ao ponto de afirmar que "os gays que não se assumam devem ser processados", acrescentando que "é uma provocação alguém dizer que é gay e querer doar sangue".

Bruno Maia, médico e candidato do Bloco de Esquerda pelo círculo eleitoral do Porto, denunciou não só a homofobia patente mas também outros problemas técnicos dos questionários aos dadores de sangue. Como exemplo foi apresentado um questionário do Hospital de Santo António. "O inquérito deste Hospital tem 18 perguntas, uma delas é se o dador masculino teve ou não relações homossexuais, mas nada é perguntado sobre comportamentos de risco como o uso ou não de preservativo. Estamos perante a ausência total de critérios científicos" refere.

A psicóloga Gabriela Moita lembrou que os estudos demográficos mostram que as mulheres casadas têm mais incidência de HIV do que as mulheres solteiras, os homens têm mais do que as mulheres, tal como as pessoas que vivem em meios urbanos relativamente às que vivem em meios rurais. "Se o critério demográfico é válido, então também teríamos que excluir dos dadores de sangue, além dos homens homossexuais, todos os homens, as mulheres casadas e todos os que vivem nas cidades", sublinhou Gabriela Moita.

André Correia, do movimento MICA-me, apresentou o seu testemunho pessoal: "Tentei dar sangue e fui impedido porque sou homossexual. Não me fizeram uma única pergunta sobre comportamentos de risco, nem sequer falei com qualquer médico. Fui excluído pela senhora da recepção pelo simples facto de ser homossexual".

José Soeiro, candidato a deputado pelo círculo do Porto, por sua vez criticou a posição da Ministra da Saúde. "É insuportável o silêncio da Ministra da Saúde, de todo o Governo e do PS, que ao não agirem promovem a homofobia e a ignorância". "As afirmações de Gabriel Olim colocam o presidente do IPS ao nível mais baixo da ignorância e do preconceito. Não é o sangue dos homossexuais que está contaminado, mas sim o IPS que está contaminado pela homofobia " concluiu o dirigente do Bloco.

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