No mesmo dia em diferentes estados e em conjunto com a eleição do Presidente dos EUA, fez-se uma consulta popular. Em cada um desses estados, dez ao todo, uma ou mais questões foram colocadas, ora em forma de proposta ou de emenda. Se algumas delas podem melhorar o futuro dos cidadãos americanos, outras podem destroem, um passado recente de conquista de direitos humanos.
Dos dez estados destacamos quatro, onde foi questionado o seguinte:
Arizona (proposta 102)
- Proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo Sim 56%; Não 44%
- Contratação de imigrantes ilegais
Florida (emenda 2)
- Proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo Sim 62%; Não 38%
Arkansas (iniciativa 1)
- Proibição da adopção por casais homossexuais Sim 57%; Não 43%
Califórnia (proposta 8)
- Proibir o casamento entre pessoas do mesmo sexo Sim 52%; Não 48%
- A colocação de limites ao aborto
No que se refere ao Casamento entre pessoas do mesmo sexo, destacamos o caso da Califórnia, onde milhares de casais casaram quando da decisão do Supremo Tribunal de legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Uma vez que ate ao momento a Proposta 8, que visa tornar estas uniões ilegais ganhou com 52% contra 44% dos cidadãos que não aprovam esta proposta, os casamentos celebrados ate ao momento são completamente nulos, como o caso das octogenárias, uma delas já falecida, que se casaram ao abrigo da decisão judicial, e com honras camarárias.
Igualmente pergunta-se, em que situação fica os pais e mães, das crianças adoptadas por casais homossexuais no Estado do Arkansas, que aprovou a proibição deste acto altruísta? Pois ao colocar na lei o resultado desta consulta, as crianças adoptadas deixaram de ser filhos/as dos dois elementos do casal passando a ser possível serem só filhos/as de um dos elementos, embora conviva com os dois!
Num caso e no outro Associações e activistas estão já a organizar-se legalmente para questionar a legalidade destas consultas e saber do seu teor vinculativo, prometendo contestar e abrir uma luta legal par a impugnação destas propostas.
Assim e ao que parece, Martin Lutter King, quando falava de liberdade e igualdade para todas e todos, devia estar a cingir-se á relação entre pretos e brancos heterossexuais.
Este prémio Nobel, ou os seus seguidores, como tantos outros políticos e activistas sociais, quando apelam à igualdade entre os seres humanos, falam de certo de uma igualdade discriminatória.
Barack Obama pode ser a realização do dito sonho americano, pode representar uma América menos racista mas, não é com toda a certeza a personificação de uma América de facto livre e menos homofóbica.