Com base na vida dos cartéis colombianos da droga nos anos 70 a 90, Narcos abriu a terceira temporada esta sexta-feira (1 de setembro) no Netflix. A temporada também teve como novidade a participação do actor português Pêpê Rapazote no papel de Chepe no violento mundo da série já sem Pablo Escobar.
Já para o final do episódio de abertura, a cena começa num bar com uma das personagens mais violentas, e membro do Cartel de Cali, o barão da droga Hélmer 'Pacho' Herrera (Alberto Ammann) a chegar a um bar e prepara-se para uma aplicar uma boa dose de violência como já é hábito na série. Sente-se o clima tenso, pega na sua pedida de escolhe uma salsa para música de fundo. Pacho vai para o meio da pista com a mão a convidar alguém. Um rapaz (Maurho Jimenez Mora) levanta-se e os dois protagonizam uma dança sensual com beijos apaixonados e tudo, com Pacho sempre a conduzir as coisas. À volta os espectadores entre um misto de medo e surpresa observam a cena conscientes que uma reacção errada pode resultar em deixarem de terem problemas na vida terrena. Acaba a dança e Pacho vira-se com ar de desafio para o seu alvo e, acto contínuo, trata eficientemente dos outros assuntos que vinha resolver no bar.
O actor Ammann, está na série desde a primeira temporada e comentou a cena ao site Complex:
Quando se vê os rapazes e raparigas a observar a cena, há tanta coisa na cara deles. Ninguém ri ou sequer se mexe pois sabem que este tipo é terrível e violento e está a fazer isto para ter respeito e calar toda a gente. Alberto Ammann
Monica Trasandes, da associação GLAAD, explica a importância da cena na comunidade latina:
Muitas vezes, os produtores fazem suposições sobre os seus espectadores e a verdade é que há cada vez mais latinos saindo do armário para as suas famílias. Acho que vão começar a perceber uma grande mudança quando as pessoas LGBT+ Latinas e suas famílias se afastam das emissores tradicionais e começam a preferir o Netflix e outras plataformas que são mais inclusivas. Monica Trasandes, GLAAD
Ela reforça a ideia de que as personagens não têm de ser heróis, basta apenas que a sua orientação sexual ou identidade de género sejam parte da personagem, e "se isso acontecer com um mauzão, não vejo problema nisso".