Na semana passada os guardas da Universidade de Tecnologia agrediram dois jovens depois de terem interceptado estes a trem sexo no WC da Universidade. Este comportamento trouxe a lume um estudo que conclui que o povo Jamaicano está mais tolerante para com a população homossexual.
A pesquisa foi realizada em Junho do corrente ano com o titulo, Pesquisa Nacional de atitudes e percepções dos Jamaicanos sobre as relações das pessoas do mesmo sexo. O estudo conclui que o povo da Jamaica embora ainda bastante hostil para com as pessoas LGBT está mais aberto. Um em cada cinco apoia uma adenda à Carta dos Direitos e Liberdades Fundamentais garantido um tratamento egualitário independentemente de identidade de género ou orientação sexual.
O estudo foi realizado pela Universidade de West Indies, a pedido a J-Flag, e financiado pela International Advogacy Organisation AIDS-Free World.
Foi utilizada uma amostra de 1000 indivíduos com idades entre os 18 e os 84 anos, dividida por dois grupos-alvo. Um desses grupos eram profissionais altamente qualificados e o outro, homens de baixas qualificações, empregados por conta própria e desempregados. Segundo o estudo o primeiro grupo era composto por uma mistura de vários géneros.
O estudo já tinha sido realizado em 2011 e mostra comparativamente reacções menos hostis em relação aos LGBT por parte das mulheres adultas e com mais educação, bem como aqueles que não ouvem música reggae e dancehall.
Outro dos dados é relativo ás pessoas mais religiosas, que demonstram alterações positivas. Mesmo assim aquelas que tem uma menor ligação com crenças religiosas ou vão menos à missa demonstram menos agressividade, assim como as pessoas com 35 anos ou menos.
O estudo também dá conta que 37% dos inquiridos acha que o governo da Jamaica não está a fazer o suficiente para promover os direitos das pessoas LGBT, falhando em dar mais liberdade e garantir menos discriminação e violência a este grupo.
Existe ainda uma disputa entre aqueles que não estão de acordo que se altere a lei de sodomia (76.7%) e os que acham que a Carta devia ser alterada para proteger as pessoas LGBT (65%), ao mesmo tempo 21.3% apoia uma emenda permitindo o sexo consensual entre adultos do mesmo sexo mas apenas em privado.
Mais uma nota neste estudo entre 2011 e 2012, é o fato de antes a maioria acreditava que a homossexualidade era mais frequente nas classes mais altas, agora os inquiridos acham que a orientação sexual é similar em todas as classes sociais.
Inquiridos também os empregadores, estes disseram que não empregariam pessoas LGBT, porque acham que causaria desconforto aos outros funcionários, já os funcionários por sua vez dizem que não teriam qualquer problema desde que as pessoas LGBT actuassem de forma profissional.
Com o estudo a J-Flag fez pressão junto do primeiro-ministro e restantes ministros para que estes desenvolvam mais acções de sensibilização, promovendo o bem-estar em sociedade das pessoas LGBT.
Ataque homofóbico numa universidade
No que respeita ao ataque dos guardas da Universidade sobre os dois jovens, a J-Flag e mais organizações de defesa dos direitos humanos, assim como o Partido Trabalhista Jamaicano, juntos na passada sexta-feira, condenaram a brutalidade com que lidaram com o assunto.
Como resultado os dois guardas envolvidos, foram demitidos pela empresa de segurança, uma vez que segundo o director da mesma o lema da empresa é preservar a vida e os bens e a acção dos guardas não se coaduna com este lema.