As portas abriram-se e não foi preciso muito tempo para que o espaço ficasse lotado, aliás como é apanágio do evento antes realizado por Carlos Castro, como lembrou José Carlos Malato, este ano com a direção artística de Fernando Santos conhecido por Deborah Kristall.
Uma organização que vista de fora não sugere repreensões, um show contínuo, movimentado, harmonioso. As artistas que abrilhantaram o palco combinaram tradição com inovação e não deixaram os seus créditos por mãos alheias.
Natasha Semmynova ex-concorrente do programa da RTP1 “The Voice” abriu a fazer o que mostrou saber bem fazer o que a levou à televisão: num dress code "drag" cantou com ao vivo “Creep” dos Radiohead. Natasha Semmynova ou Vitor Fernandes agradecer o apoio que sentiu de todos pela sua participação no The Voice e acreditar que com essa participação deu um passo importante contra o preconceito.
Mas Natasha não foi a única a combinar actuação gender-fluid com voz em palco: Deborah Kristall também o fez acompanhada com a melodia do fado “A Casa da Mariquinhas” de Amália Rodrigues, numa versão própria satírica. E a voz foi também o instrumento principal do vencedor do prémio do público "Rainha da Noite", Simão Teles, interpretou esse hino “This is my life”.
Já o título de Miss Simpatia foi atribuído por um júri convidado composto pelo presidente da Associação ABRAÇO Gonçalo Lobo, a cantora e atriz Luciana Abreu e apresentador José Carlos Malato. O prémio foi para o casal composto por Naomi Beaty e Alejandro Sousa.
Desconfortável para o público mais atento foi o texto apresentado por Amândio Sousa, que com a pretensão de homenagear Sylvie Kass e Didi Piaf, personagens que já nos deixaram, acabou a dizer que “um transexual não é nada, nem ninguém” desencadeando um frissom pela sala do São Luiz, que piorou com a afirmação de que uma mulher transexual "nunca será mulher".
Pelo palco passaram ainda figuras conhecidos de todos como Marina Mota e a sempre majestosa Simone de Oliveira acompanhada pelo não menos talentoso Nuno Feist.
Uma noite longa, como sempre foram as galas da Abraço, com nota positiva, com apresentação a cargo de Filomena Cautela e Nuno Eiró a quem se dispensam referências de profissionalismo porque todos sabemos das suas qualidades.
Para o ano há mais, até lá ficam as fotos para recordar, e partilhar.
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