A Human Rights Watch denunciou hoje o assassinato de Noxolo Nogwaza, uma ativista lésbica de 24 anos.
Noxolo Nogwaza foi encontrada morta no dia 24 de abril de 2011, num ataque vicioso que parece ter sido motivada pela sua orientação sexual. Nogwaza teve a sua cara completamente desfigurada, foi esfaqueada múltiplas vezes, e as evidências sugerem que foi vítima de abuso sexual.
Human Rights Watch pediu ao governo que emita imediatamente uma declaração pública condenando o atentado e apelou à polícia para intensificar as investigações e prender os assassinos de Nogwaza.
Na noite de 23 de abril, Nogwaza saiu com uma amiga e teve uma discussão com uns homens num bar. Foi encontrada no dia seguinte pelas 9:00 num beco perto do mesmo bar. Testemunhas que vivem junto do local referiram que ouviram gritos mas não saíram para investigar a situação.
Nogwaza era activa na organização de diversas Marchas do Orgulho LGBT em vilas da região desde 2009. Tal como outros organizadores era uma pessoa reconhecida na região por ser LGBT.
A família de Nogwaza e ativistas que participaram com ela na organização das Marchas fizeram uma vigília frente a sua casa neste sábado. Alguns ativistas relataram que foram ouvidos insultos lesbofóbicos por parte de pessoas que se tinham misturado com a multidão na vigília.
A Human Rights Watch recordou outra violação e assassinato de outra ativista lésbica na mesma cidade em Abril de 2008. Eudy Simelane também era abertamente lésbica na sua comunidade, e também foi violentada sexualmente antes de ser morta. Ambas foram deixadas depois de mortas em locais públicos.
No caso de Simelane dois agressores foram considerados culpados e condenados a penas de prisão em 2009. Mas o juiz não considerou que tivesse sido um caso motivado por homofobia. No entanto, ativistas dos direitos LGBT que defendem que este e centenas de outros crimes contra lésbicas, gays, bissexuais e pessoas transgéneras e transexuais na África do Sul são crimes de ódio.
E no caso mais recente os ativistas estão determinados a não permitir que a questão da orientação sexual de Nogwaza desapareça quando o caso avançar através do sistema de justiça criminal.
Neste momento, existem pelo menos cinco casos em curso de agressões físicas e sexuais em diferentes tribunais no país, em que os sobreviventes foram perseguidos por causa da sua orientação sexual e/ou expressão de género.