António Meliço-Silvestre falava aos jornalistas no final da cerimónia de tomada de posse do conselho consultivo da CNLCS e da apresentação do Plano Nacional de Luta Contra a Sida, que hoje decorreu em Lisboa. O encarregado da CNLCS salientou estes valores como um exemplo de que "é preciso trabalhar muito" na informação e esclarecimento da população portuguesa. Segundo o Plano Nacional de Luta Contra a Sida, uma em cada duas novas infecções com o vírus HIV ocorre na relação sexual entre homem e mulher, razão para a comissão apostar essencialmente na informação aos portugueses. A este propósito, Meliço-Silvestre anunciou que vai começar já um inquérito a mil portugueses, de norte a sul do país, para saber o que de facto sabem sobre o VIH/SIDA. "É inadmissível que existam pessoas que julgam que a sida se transmite num aperto de mão", frisou. O "inquérito sobre conhecimentos, opiniões, atitudes e comportamentos relacionados com a sida desde Abril de 2004" vai ainda aproveitar os acontecimentos Rock In Rio e Euro 2004 para divulgar informações sobre a doença. O novo plano de combate à sida pretende que, dentro de dois anos, mais 30 por cento dos portugueses estejam devidamente informados sobre os métodos correctos de prevenção da infecção pelo vírus VIH que, em Maio de 2003, registava 21.977 casos notificados. Classificado pela própria CNLCS como "ambicioso", o plano pretende identificar as barreiras que têm existido na divulgação das formas de prevenção, dedicando a comissão uma das maiores fatias do seu orçamento para 2004 (12.5 milhões de euros) à promoção da saúde e prevenção da infecção (5,1 milhões de euros). Entre as dez metas a concretizar até 2006 está também a criação de um sistema de recolha permanente de dados epidemiológicos e nacionais sobre a doença, "o mais próximo da realidade", de modo a conhecer a sua dimensão. Neste campo, o plano quer igualmente promover a análise e a discussão do processo actual de notificação do VIH pelos médicos, "com vista à sua reformulação", pois a "informação [actualmente] fornecida assenta em reconhecida sub-notificação" e "é insuficiente para planificar (...) acções que visem travar o alastramento da epidemia". [...] "Para a concretização do plano proposto", a CNLCS alerta que "deverá dispor" de mais técnicos na sua estrutura, propondo-se igualmente a monitorizar os resultados das várias intervenções e a divulgar os resultados da avaliação.
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