Miss Diva | Rapidinha: As Penas do Desejo (Quills) de Philip Kaufman. [4/11/2001]
Mais um drama de época, com uma reconstituição histórica cuidada e baseado nalguns factos verídicos. Uma vez que o sujeito da história é o famoso Marquês de Sade (que se pode gabar de ser talvez o único escritor cujo nome originou um adjectivo) o filme é mais apimentado do que é costume. De Sade está preso num manicómio, mas graças à ajuda de uma lavadeira consegue fazer chegar as suas novelas ao exterior. Napoleão (esse mesmo) decide que tem calar o Marquês e envia para o manicómio um psiquiatra que usa métodos bárbaros para atingir os seus fins. Entretanto, o jovem padre que dirige o manicómio e que está apaixonado pela lavadeira, tenta controlar o Marquês e protegê-lo do tal psiquiatra.« Não sei do que ia à espera, mas era mais do que aquilo que vi. É sem dúvida uma produção cuidada e tem um elenco de excelentes profissionais, mas infelizmente Philip Kaufman não conseguiu decidir se queria fazer uma sátira (a primeira parte) ou algo de mais forte, ficando-se pelo meio caminho de ambas as coisas. O resultado é um parente pobre de "Amadeus" (por razões que desconheço, só me lembrava deste filme) e parece-me que a verdadeira essência de De Sade está mal representada. O ano passado estreou entre nós o filme francês "Sade", que narrava um outro episódio da vida do Marquês, que se aproximava mais do estilo dos seus polémicos escritos. Nesse filme Daniel Auteuil criava convincentemente um Sade perverso, debochado e sexual. No presente filme cabe a Geoffrey Rush tal tarefa com resultados inferiores. O seu Sade é uma espécie de um diabrete pouco sexual e mais louco do que genial, caindo por vezes no over-acting. A seu lado Joaquin Phoenix é mais convincente e mais sexual. Quanto a Kate Winslet pouco lhe é dado para fazer, a não ser mostrar os seus seios. Michael Caine está em grande forma como o perverso psiquiatra e Amelia Warner é a sua lindíssima angelical noiva. Uma última palavra para Stephen Moyer, o giríssimo arquitecto que se torna amante da noiva do psiquiatra, a rapariga não tem mau gosto (que inveja). O filme tem algumas sequências fortes, mas pouco sexo (se bem que nos dá um cheirinho de um menáge à trois com uma moça e dois excitantes moços) e poucas porcarias a lá Sade.
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