Miss Diva | Um Filme da Minha Vida: A Cela (The Cell) de Tarsen Singh. [11/14/2000]
A distribuição cinematográfica em Portugal tem destas coisas. Numa só semana estreiam entre nós dois filmes estranhos. São eles A CELA e QUERES SER JOHN MALKOVICH? (para saberem mais sobre este têm que visitar as minhas rapidinhas). Ambos são objectos raros na actual produção made in Hollywood.
A CELA é mais fácil de catalogar dentro de um género, pois trata-se de um thriller policial com elementos de terror. Conta-nos mais uma história de um psicopata, só que para variar (não, não vou fazer maionese de gambas) ele está em coma. Com o fim de descobrir o paradeiro da sua última vítima, são obrigados a entrar na mente deste, e aí distinguir o que é realidade do que não é.
Não vos vou dizer que este é um grande filme, porque não é, mas em termos visuais é dos melhores do ano. Uma vez dentro da mente do psicopata é-nos revelado um fascinante mundo de sombras e de imagens bizarras. Os cenários são excelentes (já imaginaram o que é ter uma casinha decorada da mesma maneira? Pesadelos seriam garantidos) e merecem uma nomeação para o óscares. O mesmo se pode dizer do fabuloso guarda-roupa (quem me dera um daqueles vestidinhos ou mesmo a gigantesca capa que o psicopata usa na sala do trono) desenhado por Eiko Ishioka, responsável pelo inesquecível guarda-roupa de BRAM STOKER'S DRACULA de Francis Ford Coppola. Mas não é só a mente do psicopata que nós visitamos, existe também um rapazinho em coma e fazemos ainda uma visita à mente da heroína do filme, esta fortemente influenciada pelo universo de Pierre et Giles.
Tarsen Singh dirige aqui o seu primeiro filme utilizando as técnicas e o estilo dos videoclips e filmes publicitários (com os quais iniciou a sua carreira). O resultado é visualmente brilhante, mas infelizmente o argumento é fraco e, em termos de direcção de actores, Singh não se mostra muito hábil. A boazona e inexpressiva Jennifer Lopes (agora também uma diva da pop) e o gatão e sonso Vince Vaughn (que já viu melhores dias) não convencem nos seus papeis. Cabe ao versátil Vincent D'Onofrio (excelente para quem goste do estilo sadomaso) salvar a honra da casa como o desiquilibrado psicopata.
Em conclusão, imagens fortes e uma ideia brilhante nem sempre fazem um grande filme, mas amigas, vale a pena visitar esta cela.
Miss Diva
Ficha Técnica:
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