Recordam-se da velha série da televisão? Tenho que vos confessar que nunca gostei muito da mesma e, como tal, fiquei à espera do pior quando ouvi dizer que iam fazer um filme da mesma. Não podia estar mais enganada! Queridas, diverti-me imenso, na realidade fazia muito tempo que não me ria tanto no cinema.

Neste filme (estou certa que vai haver mais) os Anjos de Charlie têm que recuperar um software (sempre preferi os hard... ware) capaz de descodificar vozes. Mas nem tudo é o que parece e uma má surpresa espera por elas. A história não vos parece interessante? Pois bem, esquecem-na. O que aqui interessa é como é que as meninas vão realizar a sua missão.

O realizador captou na perfeição o pirosismo da série e, em vez de fugir do mesmo, assume-o do princípio ao fim, tornando o filme num verdadeiro divertimento. Nada é levado a sério, desde as alucinantes e exageradas cenas de acção (a sombra do "Matrix" anda por perto) aos diálogos ridículos, tudo é levado para a brincadeira. Na realidade as proezas destes anjos ofuscam completamente as de Tom Cruise no seu "Missão Impossível 2".

Um filme destes não era possível sem três actrizes capazes, não só de captar o espírito da coisa, mas também de se rirem delas próprias. Se pudesse escolher gostaria de ser a Cameron Diaz, a mais divertidas dos anjos. Ela está como peixe na água, tanto nas cenas de acção como nos números musicais (sim, ouviram bem, números musicais à anos 70). Lucy Liu é outro dos anjos, espectacular nos seus saltos mortais, sexy como uma gueixa e inesquecível como uma agressiva auditora de empresas. Resta-nos Drew Barrymore. Igual a si própria, é o anjo menos divertido; mas mesmo assim está completamente à vontade vestida ou despida.

A liderar a parte masculina, um divertido Bill Murray a dar-nos o seu melhor como o chefe dos anjos (não, ele não é o Charlie). Para aquecer as coisas temos dois borrachos Matt LeBlanc e Luke Wilson, ambos namorados dos anjos (não me refiro às manas cantoras).

Despretencioso, divertido e repleto de acção, é uma comédia a não perder, se bem que não é um grande filme.

Miss Diva