Miss Diva | Um Filme da Minha Vida: Billy Elliot (Billy Elliot) de Stephen Daldry. [2/19/2001]
Não me torturem mais, eu admito. Sou uma chorona e adorei este filme. Sei que ainda é cedo para escolher os melhores deste ano, mas BILLY ELLIOT fará de certeza parte da minha lista. É uma vergonha que não tenha sido nomeado para o óscar de Melhor Filme, bem como para o de Melhor Actor para Jamie Bell, mas pelo menos conseguiu nomeações para Melhor Realizador, Argumento Original e Actriz Secundária para Julie Walters.
A acção desenrola-se em Belfast nos anos 80, na altura das greves dos mineiros e dos seus confrontos com a polícia. Neste universo conturbado vive Billy com a sua familía (com excepção da mãe que faleceu há poucos anos), liderada por um pai conservador e duro. Este obriga Billy a ter lições de boxe, mas quis o destino que um dia o miúdo descobrisse as aulas de ballet e que tivesse mais jeito para essas do que para o boxe. Ajudado pela professora ele vai ter que enfrentar diversos obstáculos, o pior dos quais o seu pai, a fim de conseguir realizar o seu sonho.
De vez em quando o cinema oferece-nos pérolas raras e esta pequena produção britânica é uma delas. Estamos perante um filme sensível e quase mágico, com diversos momentos inesquecíveis. Stephen Daldry (que tem aqui a sua auspiciosa estreia cinematográfica, após alguns anos a trabalhar nos palcos de Londres e da Broadway) dirige com grande sensibilidade, conseguindo evitar o lado lamechas da história e dando-nos uma lição sobre a vida, sem falsos moralismos e sem tomar partidos. Ao mesmo tempo e apesar do ambiente "negro" da acção, o filme tem um sentido de humor muito próprio, que nos faz rir sem insultar a nossa inteligência. O resultado final é brilhante, comovente e de uma grande riqueza humana (lá estou eu a ser lamechas, não liguem são coisas de uma drag queen). Quando abandonamos a sala de cinema, o nosso coração vem repleto de felicidade e confiantes de que talvez um dia possamos realizar os nossos sonhos.
Como drag queen que sou tenho o dever de vos falar de um personagem secundário. Refiro-me ao amigo e colega de Billy, um miúdo que já sabe que é gay e que não receia revelá-lo ao seu melhor amigo. Quanto ao personagem de Billy, pouco nos é revelado sobre a sua sexualidade (na realidade isso pouco importa para a história), mas o final com a versão masculina de "O Lago dos Cisnes" poderá querer dizer algo sobre o assunto, mas isso fica ao vosso critério.
Meu Deus! Isto já vai longo, será que ainda aí estão? Em caso afirmativo, aqui ficam umas últimas palavras sobre o elenco perfeito desta pérola cinematográfica. Tenho que começar pelo pequeno Jamie Bell que, como Billy, é a revelacão do ano. O miúdo é simplesmente fabuloso, tanto a interpretar como a dançar, e duvido que alguém esqueça as sua expressões sonhadoras e o seu bonito sorriso. Como o duro pai temos um excelente Gary Lewis e como a professoa a sempre segura Julie Walters. Não posso esquecer também Jean Heywood como a divertida avó de Billy e o "giraço" do Jamie Draven como o seu irmão.
Sem dúvida um dos melhores filmes do ano.
Miss Diva
Ficha Técnica:
Miss Diva Recomenda: Outras Críticas Recentes de Miss Diva: |
Miss Diva: A primeira Cyber-Drag-Queen-Transformista Portuguesa |