Sammy é uma mãe divorciada que tem que aturar um novo e exigente patrão. O seu irmão Terry é um jovem sem rumo que ela só vê de tempos em tempos, tendo ambos ficado orfãos quando ainda eram crianças. Este decide visitá-la, pois necessita de dinheiro para a sua namorada poder fazer um aborto. Aquela que era para ser uma curta visita, acaba por se prolongar com ele a criar fortes laços de amizade com o seu sobrinho. Mas o seu feitio rebelde entra em conflito com a maneira de viver de Sammy e as coisas complicam-se.

Num ano de fraco cinema, é com prazer que se assiste a um pequeno filme como esta comédia dramática. Aqui não há efeitos especiais, nem espectaculares cenas de acção. Aqui o que conta são as emoções, as personagens, a vida real e um argumento brilhante (justamente nomeado para um óscar).

O seu realizador, Kenneth Lonergan (que também é o argumentista), dirige com sensibilidade e humor esta pequena história, fazendo-nos rir uma vezes e emocionar noutras, deixando os seus personagens respirar sem pressas, tal como a vida naquela pequena cidade. Também na direcção de actores ele se revela um excelente realizador.

A brilhante Laura Linney dá-nos uma extraordinária interpretação como Sammy e a seu lado Mark Ruffalo é uma verdadeira revelação. Este jovem tem uma forte presença e um ar de simpático-rebelde que o poderá tornar num dos grandes nomes da nova década.

Um filme a ver sem reservas, que cresce dentro de nós conforme o tempo vai passando. Felizmente que ainda fazem filmes destes.

Miss Diva