Quando estreou nos Estados Unidos, fracassou na bilheteira, mas os seus produtores acreditaram o suficiente no seu potencial e relançaram-no mais tarde com a esperança de conseguirem algumas nomeações para os óscares. Conseguiram três, mas com excepção da Melhor Argumento Adaptado as outras foram em categorias secundárias, o que foi injusto.

Grady Tripp é um professor de literatura que escreveu um romance notável há uns anos atrás, mas cujo segundo livro está bloqueado na sua mente. Entretanto a mulher deixou-o e ele tem um caso com a mulher do director da escola. Um dos seus alunos, James, revela-se um jovem com problemas, mas é um promissor escritor e o editor de Grady está disposto a deitar-lhe a mão em mais que um sentido.

Aqui temos um filme que vive dos seus personagens e de um excelente argumento. Não tem efeitos especiais, não tem perseguições excitantes, não tem crimes violentos e não tem sexo (não admira que tenha falhado na bilheteira). Tem sim um grupo de interessantes personagens e um ritmo compassado que os deixa respirar, sem atropelos ou pressas. Não é um filme feito a pensar em grandes massas, mas sim um que se limita a contar uma boa história para quem tiver tempo para a ouvir. E vale a pena ouvi-la.

Faz muito tempo que não via Michael Douglas a fazer um personagem tão interessante e tão diferente daqueles que ele nos habitou. Mas o homem está em excelente forma, dando-nos como Graddy a melhor intrepretação da sua carreira, é uma injustiça que não tenha sido nomeado para o óscar de Melhor Actor. O mesmo se pode dizer de Tobey Maguire na categoria de Melhor Actor Secundário, que como James tem um personagem feito à sua medida. Ao lado deles encontramos ainda a sempre deliciosa Frances McDormand e o excelente e por vezes menosprezado Robert Downey Jr, aqui como o divertido gay editor de Graddy.

Miss Diva