Não li o controverso e polémico livro de Bret Easton Ellis, que serviu de base a este filme. Li no entanto algumas das suas passagens mais sádicas e, darlings, são mesmo sádicas. É difícil imaginar uma mente sã capaz de escrever tamanhas atrocidades, mas a raça humana é capaz de tudo. Felizmente ou infelizmente esse sadismo está ausente da adaptação cinematográfica.

Patrick Bateman é um yuppie maniento e convencido que um dia decide começar a assassinar pessoas. Os motivos porque o faz não são muito claros, mas ninguém parece suspeitar dele e ele continua a sua vida de luxo normal.

Não há muito assunto no filme e a acção arrasta-se sem interesse ou suspense. Tal como o seu personagem, o filme é desprovido de emoção e calor. Os cenários são vazios e assépticos, os personagens estúpidos mas bem vestidos e os crimes raramente se veêm. A melhor sequência é aquela em que um grupo de yuppies discute a qualidade dos seus cartões de visita.

A realizadora afirmou que tinha feito uma comédia negra que era também uma crítica à sociedade, mas o resultado tem pouco humor e é aborrecido, mesmo muito aborrecido. O que ela conseguiu foi arrancar uma excelente interpretação a Christian Bale, que encarna na perfeição o seu personagem, sendo ele a única razão válida para se ver este filme. O resto do elenco é frio como o filme e, para aquecer um bocadinho as coisas, temos o borrachinho do Jared Leto como uma possível vítima.

Miss Diva