Como Diva deslumbrante que sou, sempre sonhei em participar num concurso de Misses, mas quando me disseram que tinha que depilar as pernas desisti. Talvez por isso compreenda a exitação de Gracie Hart (Sandra Bullock) em se transformar em Miss.

Gracie é uma detective tipo "Maria rapaz" cujos colegas e superiores estão habituados a que ela faça asneiras. Um dia recebem uma carta codificada de um terrorista e chegam à conclusão que ele se prepara para fazer alguma no concurso de Miss América. Necessitam então que um agente se disfarce de Miss e a escolha cai sobre Gracie, mas para a transformarem numa verdadeira Miss vai ser necessário um grande esforço.

A ideia é engraçada e é executada com a dose certa de humor por Donald Petrie. É uma comédia que nos diverte sem nos insultar a inteligência e sem recorrer ao chamado humor de "casa-de-banho" (que é como quem diz humor de m…). As gargalhadas não são forçadas e no final ainda nos comove um pouco. Em termos policiais a intriga está bem integrada com a comédia e o resultado são quase duas horas bem passadas.

Este filme não existiria se não fosse Sandra Bullock. Sempre gostei muito desta actriz, que com o seu ar simpático e brincalhão tem conquistado as plateias. Aqui tem um papel à medida de todos os seus talentos e do qual tira o maior proveito. A seu lado temos um borracho chamado Benjamin Bratt (antes foi o namorado de Madonna em "Ligações Imprevistas"), que fica um espanto em calção de banho (para já não falar de vestidinho). A completar o elenco Michael Caine é muito convincente como o consultor gay de imagem que transforma Gracie numa deslumbrante mulher (a fazer lembrar o Prof. Higgins de "My Fair Lady"). Quanto a William Shatner está velho e sem graça e Candice Bergen não está no seu melhor.

Miss Diva