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O passado sábado, dia 11 de Julho, foi a data escolhida para a realização da 4ª Marcha do Orgulho no Porto (MOP) evento que pretende chamar atenção para a discriminação que algumas facções da nossa sociedade são vítimas todos os dias. A marcha teve início em 2006 motivada pelo brutal assassinato de Gisberta uma transexual que vivia num prédio abandonado da Invicta.
Segundo o manifesto apresentado este ano, em 2006, pedia-se "Um presente sem violência, Um futuro sem diferença". Passados quatro anos o foco é na família, com o lema "Na felicidade e na dor, o que faz a família é o amor".
O manifesto deste ano apresenta as diversas formas de constituir familía, e pede que sejam consideradas e respeitadas pelo Estado e sociedade em geral, e isto inclui o alargamento da lei do Casamento Civil (artº 1577) para todos os cidadãos indiferente da sua orientação sexual.
Segundo a PSP cerca de 1000 pessoas, homens e mulheres, de diferentes orientações sexuais, identidades de género, origens sociais e étnicas, marcharam pelas ruas emblemáticas da cidade. As entidades que organizaram e apoiaram a edição deste ano foram: Abismo Humano - associação de Artes, Abraço, ATTAC Portugal, Bloco de Esquerda, Caleidoscópio LGBT, Centro das Culturas - Acção Humanista, Cooperação e Desenvolvimento, Grupo de Trabalho Identidade X/Y - Sindicato Unificado da Polícia de Segurança Pública, não te prives - Grupo de Defesa dos Direitos Sexuais, Panteras Rosa, Partido Humanista, Poly-Portugal, Ponto Bi, PortugalGay.PT, SOS Racismo e UMAR - União de Mulheres Alternativa e Resposta. Além do carro do Porto Pride a marcha também contou, pela primeira vez, com a participação do Pride Bar e da discoteca Maria Lisboa.
O ponto de partida foi o jardim da Praça da República pouco depois das 15:00, a alguns metros do Governo Civil do Porto, de seguida a Rua Gonçalo Cristóvão, local onde algumas pessoas transexuais exercem a mais antiga das profissões, e também onde são agredidas e mal tratadas mesmo nos dias (e noites) de hoje, passando-se depois para a Rua de Santa Catarina, maioritariamente pedonal e sala de visitas da cidade. A Rua Passos Manuel foi o ponto de viragem em direcção à Avenida dos Aliados, subindo depois até à Câmara Municipal do Porto, onde foi lido o manifesto e dois dos padrinhos da marcha (Manuel Damas e José Soeiro) mostraram publicamente o seu apoio.
Em quatro anos a MOP cresceu muito, e trouxe á rua muitas pessoas não GLBT, mas que se revêem numa luta que é de todos e todas e não apenas de alguns. Dizia uma mãe e avó que marchava: "estou aqui pelos meus filhos e netos, e por muitos outros que nem conheço, mas não podem cá estar".
Um elemento da organização dizia no final, "foi linda, esta marcha inspirou-me os mesmos sentimentos da primeira, nessa altura porque era a primeira, hoje porque crescemos muito."