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Domingo, 25 Setembro 2011 23:50

CHINA
Transexuais na TV? Não, obrigado!



Jin Xing, a famosa bailarina chinesa, uma das principais figuras da dança contemporânea, afirma que foi excluída como juíza de um concurso de talentos televisivo por se ter submetido a uma cirurgia de correcção de sexo.


Jin é a fundadora do festival de dança de Shanghai, onde vive com o seu marido alemão e três filhos adoptados.

Tinha sido contactada para aparecer em oito episódios de Feitong Fanxiang, um concurso de talentos a emitir pela Zhejiang TV.

No entanto, na segunda-feira passada recebeu um telefonema do director do show, Chao Chi-tai, (um famoso apresentador tailandês que foi também banido para os bastidores de forma similar) a dizer que a presença dela tinha sido dispensada por “a sua identidade transexual poder ter efeitos negativos na sociedade”.

Numa postagem no seu perfil Sina Weibo que foi reproduzido umas estonteantes 30.000 vezes, Jin anunciou: "É uma grande tristeza! Não poderei aparecer nas finais do show este fim de semana porque a produção recebeu ordens da Zhejiang Province Radio, Film and Television Bureau que eu teria de sair do painel de juízes por ser transexual! Estou furiosa! Não me interessa se vou ser juíza ou não, mas como cidadã não aceitarei ser discriminada por causa da minha identidade de género!"

Jin afirmou ao jornal China Daily que Chao citava um documento oficial da administração provincial de Zhejiang para a rádio, cinema e televisão.

"Perguntei ao director do show Chao Qitai inúmeras vezes se tinha visto pessoalmente uma cópia do documento. Ele disse-me que viu perfeitamente a razão da expulsão claramente descrita no documento com os seus próprios olhos," acrescentou Jin Xing num post mais recente. "Aparentemente, a administração contactou a produção do show expressando o seu ultraje pelo meu post anterior, notando que não deviam ter divulgado o documento. Que piada! Se se atrevem a fazer algo, que tenham pelo menos a coragem de o admitir!"

"Somos amigos há muitos anos e é um artista com reputação, portanto acredito nele," afirmou a bailarina reformada de 44 anos.

Jin Xing, indignada, afirmou que a sua vida vai continuar já que não depende da TV para sobreviver e é primeiro e principalmente uma bailarina.

Um elemento da administração declinou comentar terça-feira, somente dizendo que “estou muito ocupado para confirmar ou negar."

Jin, que se submeteu a uma cirurgia de correcção de sexo em 1996, insistiu que não procura nenhuma espécie de compensação ou em tomar medidas que forçassem um pedido de desulpas da administração.

"Estou somente zangada que a administração use desculpas tão pouco convincentes. É um ataque pessoal," afirmou.

O sucedido despoletou uma forte reacção por parte de muitos dos seguidores do seu blog.

Zhang Beichuan, professor especializado em sexologia na universidade de Qingdao, declarou que se Jin foi excluída por ser uma mulher transexual, "É um sério caso de discriminação".

"A decisão de mudar de género não tem nada a ver com a moralidade," afirmou, acrescentando que a China ainda não tem leis específicas para proteger os interesses desta população.

O ministério da saúde chinês disponibilizou regras para a supervisão das cirurgias de correcção de sexo em 2009 para assegurar a sua segurança. Aplicantes devem ser solteiros, terem mais de 20 anos e terem esperado pelo menos cinco anos pelas cirurgias.

O departamento de supervisão da província de Zhejiang, refutou na quinta-feira as alegações de que tenha sido ordenada a uma bailarina para parar de aparecer no show por causa da sua transexualidade, negando a existência de tal ordem, segundo o director do departamento Hu Jian.

CHINA: Transexuais na TV? Não, obrigado!

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